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quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Crônica - Guarda Chuvas

Guarda Chuva – 26.12.1982


Coisa engraçada é o tal de guarda chuva. Nestes anos todos, pouco evolui. Sempre preto, suas maiores modificações foram no tamanho, na sofisticação de seus cabos e na modernização de seu mecanismo de funcionamento. (o que, diga-se de passagem, que nem sempre deu certo, o melhor mesmo são aqueles do tipo antigo).
Sempre velho companheiro, principalmente dos mineiros, pode-se ser encontrado durante do ano, pendurado nos braços dessa figura extremamente prevenida.
É só descer diariamente até o café perola e encontrá-los sempre em companhia de seus donos.
O interessante é que por eles podemos conhecer também um pouco de seu s donos.
Existem aqueles que mais sóbrios, preferem prefiram os de cabo de osso, muitas vezes lisos, outros trabalhados. Os mais simples usam mesmo os de cabo de plástico. Mas também existem os de madeira, muitas vezes esculpidos de entalhes bem exóticos. É interessante observar que os cabos serviam para varias coisas, alem de ser o local de segurar o guarda chuva.
Puxar as pernas daquele sujeito a quem você devia uma atrapalhada; serve de porrete; serve de guia de cego, fora aquelas sofisticadas armas que o folclore policial sempre apresentou.
Mas o que mais preocupa é sua função real. Se muito bem Server de porrete, pouco ajuda mesmo na hora da chuva.
Só lhe garante não molhar a cabeça, isto se o vento não vira-lo ao avesso, deixando-o naquela situação embaraçosa.
Ousaria dizer que seu aspecto sério, só serve mesmo para acompanhar seus donos em tardes ensolaradas de domingo até a praça ou até ao Café Perola.
Academico, isto mesmo, é talvez o adjetivo que melhor o descreve: velho, sério e incompetente. Mas fiel companheiro de nós mineiros, que nos meses de final de ano, poderiam colocar a prova sua eficiência. Entretanto como prevenidos, sempre preferimos esperar que a chuva passe sob o teto de uma marquise, acompanhado é claro do seu fiel companheiro. O guarda chuvas.

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