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segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Que venha 2019 Hoje foi difícil iniciar esse texto. 2018 foi um ano para não esquecer. Foi particularmente difícil para mim, pois confirmar a decisão de me aposentar da FHEMIG onde trabalhei por 37 anos e em especial da Maternidade Odete Valadares onde estive nos últimos 15 anos foi e ainda continua sendo difícil. Ser desligado da Universidade após 18 anos de trabalho sem que isso estivesse nos meus planos foi ainda pior. O resultado das eleições foi só a consequência de um processo que já assistíamos desde a consolidação do golpe contra uma presidenta eleita contra a qual não se provou nada, a não ser o preconceito machista de um bando de reacionários inconformados com a derrota na urnas que se juntam para entregar mais uma vez o pais para interesses multinacionais. Não tenho muitas expetativas boas para 2019 muito menos para os anos que se seguem. Não acredito nesse governo eleito e principalmente discordo em todos os aspectos que tudo que vem sendo dito como proposta para o Brasil. Viveremos tempos difíceis. Para se avaliar meu estado de hoje estava escutando Bibi Ferreira na peça de Chico Buarque Gota d’Agua. Texto belíssimo, mas duro, e nos mostra a disposição que deveremos ter para enfrentar o futuro. RESISTÊNCIA E LUTA. Luta sem trégua, resistência sem perder a ternura jamais. Seremos provocados a todo instante, em diversas formas, com tentativas de destruir tudo que construímos de políticas públicas e sociais nos últimos anos. Temos que tomar cuidado para não ser engolidos pela ganância em destruir e deixar passar outras perdas desapercebidas. Eles vão atacar sempre fazendo muito estardalhaço numa área, para prender nossa atenção e vão sub-repticiamente tentar passar outras, tentando manter o movimento social distante. Ou ocupado. Essa elite brasileira gosta é de dar esmolas, não suporta o Direito Social, porque precisa aliviar sua culpa escravagista nas indulgencias que recebe para garantir seu espaço no céu. Por isso não podemos nos dividir, nos dispersar, nem nos descuidar. Devemos estar atentos e juntos a cada um de nós. A regra é essa: NINGUÉM SOLTA A MÃO DE NINGUÉM Eles pensam que a maré vai, mas nunca volta, Até agora eles estavam comandando o meu destino e eu fui, fui. Fui recuando, recolhendo fúrias, Hoje sou onda solta, e tão forte quanto eles me imaginam fraca, Quando eles virem invertida a correnteza quero ver se resistem a surpresa e quero ver como eles reagem a ressaca.(Chico, Gota d’agua, 1975) Assim convido a todos e todas a estaremos atentos todos os dias, sempre lembrando que estamos todos de mãos dadas. Só assim continuaremos juntos contribuindo para a construção de um outro mundo mais justo, humano e democrático. Beijos para todos.