domingo, 1 de janeiro de 2017
Ano Novo - 2017
2016/2017 - Para Tomás
Confesso que foi difícil, começar a escrever, todo ano busco uma poesia um texto que nos ajude a refletir sobre o ano que passou e apontar nossas perspectivas de futuro. Mas dessa vez foi particularmente difícil. 2016 fomos atacados onde já acreditávamos ter consolidado algumas de nossas certezas, tivemos o período mais longo de democracia sem rupturas, e apesar de todos os problemas anteriores, respeitamos com civilidade os recursos democráticos. Vimos um bando de sujeitos inomináveis usurparem o voto de 53 milhões de pessoas com objetivos que a cada dia que passa ficam mais claros para todos, inclusive aqueles que inicialmente apoiaram; os interesses escusos que levaram ao afastamento da presidente eleita. Mas temos certeza que isso não ficará assim. A história certamente nos recuperará a possibilidade de compreensão dos reais motivos que levaram a aquele bando a romper com o ciclo democrático que estávamos a construir.
Mas nessa hora temos que nos lembrar que a LUTA CONTINUA...
Afinal construir um mundo mais justo e humano não é tarefa exclusiva nossa, dos Brasileiros. Nossas mazelas como seres humanos ficaram tremendamente expostas em 2016, as guerras cada vez mais sangrentas, principalmente para as populações mais indefesas, o drama daqueles que fogem desses campos de horrores em busca de paz e uma vida melhor, atentados covardes contra populações que não estão diretamente ligadas ao conflito. As dificuldades impostas pelo capitalismo industrial e financeiro que destruiu postos de trabalho no mundo inteiro, com objetivo único de se reorganizar para obter mais lucro. A natureza nos cobrando com intensidade, na forma de alterações na temperatura, com terremotos, inundações secas e nevascas, o nosso descaso com os cuidados com a nossa casa.
Mas nessa hora temos que recorrer a aqueles que sempre nos ajudaram ao ver o futuro e nosso papel nessa luta.
Ontem um menino
Que brincava me falou
Hoje é a semente do amanhã
Para não ter medo
Que este tempo vai passar
Não se desespere, nem pare de sonhar
Nunca se entregue
Nasça sempre com as manhãs
Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar
Fé na vida, fé no homem, fé no que virá
Nós podemos tudo, nós podemos mais
Vamos lá fazer o que será
Ontem um menino
Que brincava me falou
Hoje é a semente do amanhã
Para não ter medo
Que este tempo vai passar
Não se desespere, nem pare de sonhar
Nunca se entregue
Nasça sempre com as manhãs
Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar
Fé na vida, fé no homem, fé no que virá
Nós podemos tudo, nós podemos mais
Vamos lá fazer o que será
Gonzaguinha - Nunca Pare De Sonhar
Queria lembrar também o poema de Thiago de Mello nosso poeta da Amazônia,
Para os que Virão
Como sei pouco, e sou pouco,
faço o pouco que me cabe
me dando inteiro.
Sabendo que não vou ver
o homem que quero ser.
Já sofri o suficiente
para não enganar a ninguém:
principalmente aos que sofrem
na própria vida, a garra
da opressão, e nem sabem.
Não tenho o sol escondido
no meu bolso de palavras.
Sou simplesmente um homem
para quem já a primeira
e desolada pessoa
do singular - foi deixando,
devagar, sofridamente
de ser, para transformar-se
- muito mais sofridamente -
na primeira e profunda pessoa
do plural.
Não importa que doa: é tempo
de avançar de mão dada
com quem vai no mesmo rumo,
mesmo que longe ainda esteja
de aprender a conjugar
o verbo amar.
É tempo sobretudo
de deixar de ser apenas
a solitária vanguarda
de nós mesmos.
Se trata de ir ao encontro.
(Dura no peito, arde a límpida
verdade dos nossos erros.)
Se trata de abrir o rumo.
Os que virão, serão povo,
e saber serão, lutando.
Convido a todos e todas a acreditar que tempos melhores virão, nossa união, nossos desejos de um mundo mais justo, nosso amor pelos seres vivos desse nosso mundo devem ser o combustível, para continuar nossa luta. Vamos seguir nesse rumo e conto com todos e todas para estar ao meu lado.
Um grande beijo para todos.
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